SANTIFICADOS
A palavra SANTIFICAÇÃO pode ser usada em dois sentidos. SANTIFICAÇÃO
DEFINIDA refere-se à quebra instantânea e decisiva do domínio do pecado quando o
novo crente chega à fé em Cristo. Deus o consagrou e separou do mundo. Mas nessa
seção, estamos interessados na SANTIFICAÇÃO PROGRESSIVA, que se refere ao
crescimento gradual do crente em conhecimento e santidade, de forma que tendo
recebido a justiça legal na justificação, ele pode agora desenvolver uma justiça
pessoal em seu pensamento e comportamento.
Algumas pessoas cometem o engano de pensar que a santificação toda é como a
justificação, no sentido de ser um ato imediato de Deus pelo qual ele nos fazer
alcançar a perfeita santidade em pensamento e conduta e, assim, inferindo que os
verdadeiros cristãos não mais cometem pecados de forma alguma. Entretanto, embora
ela tenha um ponto definido de começo na regeneração, a Bíblia descreve a
santificação como um processo de crescimento, de modo que alguém pense e se
comporte cada vez mais de uma forma que seja agradável a Deus, e se conforme à
semelhança de Cristo.
Várias passagens bíblicas podem dar a impressão que alguém cessa de pecar
totalmente após a regeneração. Por exemplo, 1 João 3.9 diz: “Todo aquele que é
nascido de Deus não pratica o pecado, porque a semente de Deus permanece nele; ele
não pode estar no pecado, porque é nascido de Deus”. Mas esse versículo está apenas
dizendo que aquele que é nascido de Deus não continua no pecado, e não que ele não
peca em hipótese alguma. Na verdade, ele escreve no início da epístola: “Se
afirmarmos que estamos sem pecado, enganamos a nós mesmos, e a verdade não está
em nós” (1.8). Isto é, uma pessoa regenerada deve exibir uma transformação definida
em seu pensamento e comportamento. A perfeição não está em vista aqui, mas um
inequívoco voltar-se do pensar e viver perversos para um pensar e viver santos.
Na mesma carta, o apóstolo João escreve: “Meus filhinhos, escrevo-lhes estas coisas
para que vocês não pequem. Se, porém, alguém pecar, temos um intercessor junto ao
Pai, Jesus Cristo, o Justo” (1 João 2.1). A obra expiatória de Cristo pagou eficazmente
não somente por aqueles pecados que nós cometemos antes da regeneração, mas
também por aqueles subseqüentes a ela. Não obstante, João não escreve isso para nos
conceder a liberdade para pecar, mas pelo contrário, ele diz: “Escrevo-lhes estas
coisas para que vocês não pequem”. O versículo também mostra que ele não exige
que os cristãos tenham alcançado a perfeição impecável, visto que ele faz provisão
para aquele que peca, dizendo: “Se, porém, alguém pecar, temos um intercessor junto
ao Pai, Jesus Cristo, o Justo”.
Hebreus 12.4 apresenta a santificação como uma “luta contra o pecado”, mas a Bíblia
também nos diz que essa é uma luta que podemos vencer. Paulo escreve:
Não ofereçam os membros do corpo de vocês ao pecado, como
instrumentos de injustiça; antes ofereçam-se a Deus como
quem voltou da morte para a vida; e ofereçam os membros do
corpo de vocês a ele, como instrumentos de justiça. Pois o
pecado não os dominará, porque vocês não estão debaixo da
Lei, mas debaixo da graça (Romanos 6.13,14)
O pecado não é o nosso mestre, de forma que não precisamos obedecê-lo. Fomos
libertos do pecado para que possamos agora levar vidas justas.
Como em todas as áreas de nossa vida espiritual, o modo como crescemos em
santidade envolve o intelecto e a volição, ou o entendimento e a vontade. Pedro
escreve: “Graça e paz lhes sejam multiplicadas, pelo pleno conhecimento de Deus e
de Jesus, o nosso Senhor. Seu divino poder nos deu tudo de que necessitamos para a
vida e para a piedade, por meio do pleno conhecimento daquele que nos chamou para
a sua própria glória e virtude” (2 Pedro 1.2,3). Crescemos em maturidade espiritual
primeiro através do conhecimento. Seria impossível afastar-se da iniqüidade e seguir a
justiça sem um claro conceito do que a impiedade e a justiça significam, e que tipos
de pensamentos e ações correspondem a cada uma delas. Quanto a nossa volição,
Paulo escreve: “Considerem-se mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo
Jesus” (Romanos 6.11).
Como todos os itens que esse capítulo discute, a santificação é uma obra de Deus;
contudo, ela é SINERGÍSTICA em natureza, significando que num sentido ela
também é uma obra do homem, e requer sua vontade e esforço deliberados no
processo. Sobre esse assunto, Paulo escreve:
Assim, meus amados, como sempre vocês obedeceram, não
apenas na minha presença, porém muito mais agora na minha
ausência, ponham em ação a salvação de vocês com temor e
tremor, pois é Deus quem efetua em vocês tanto o querer
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quanto o realizar, de acordo com a boa vontade dele.
(Filipenses 2.12,13) 43
O crente deve ativamente fazer sua parte na santificação, de forma que persiga uma
vida de obediência a Deus “com temor e tremor”.
Todavia, na continuação da passagem, é explicado que até mesmo o desenvolvimento
da nossa salvação é definitivamente uma obra de Deus: “É Deus quem efetua em
vocês tanto o querer quanto o realizar, de acordo com a boa vontade dele”. Nossas
ações e decisões permanecem debaixo do controle dele após a nossa regeneração e
santificação. Portanto, embora uma pessoa esteja consciente de seus esforços e lutas
na santificação, no final Deus recebe a glória, e o crente ainda não poderá se gloriar
de suas próprias realizações.
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