CRISTO

CRISTO

Embora somente Deus determine o destino humano escolhendo salvar alguns e
condenar todos os outros, ele salva seus eleitos produzindo dentro deles fé em Cristo.
Isso significa que o destino de uma pessoa é revelado pela forma como ele pensa
sobre Cristo. Dependendo do grau e maneira de desvio da revelação bíblica, sustentar
um falso ponto de vista sobre Cristo pode resultar em condenação eterna. Portanto,
devemos estudar a doutrina bíblica de Cristo com cuidado e reverência, rejeitando
toda posição que comprometa ou distorça o que a Escritura ensina sobre ele.
Neste capítulo, começarei com uma discussão sobre a pessoa de Cristo com uma
ênfase em sua natureza dual. Consideraremos então diversos pontos significativos
acerca da sua vida e obra, especialmente com relação à sua obra de expiação. O
capítulo conclui com alguns comentários sobre a supremacia de Cristo e suas
implicações para o viver cristão e as religiões do mundo.
A PESSOA DE CRISTO
O cristianismo bíblico afirma que Cristo possui duas naturezas, que ele é tanto divino
quanto humano. Ele existe junto com Deus Pai na eternidade como a segunda pessoa
da Trindade, mas tomou a natureza humana na ENCARNAÇÃO. O que resulta disso não
compromete nem confunde, seja a natureza divina, seja a humana, de modo que Cristo
era totalmente Deus e totalmente homem, e permanecerá nessa condição para sempre.
Às duas naturezas de Cristo subsistindo em uma pessoa dá-se o nome de UNIÃO
HIPOSTÁTICA.
Algumas pessoas alegam que tal doutrina gera uma contradição; logo, antes de
fornecermos respaldo bíblico para ela, vamos primeiro defender sua consistência
lógica.
Recordemos nossas primeiras discussões sobre a Trindade. A formulação doutrinária
histórica da Trindade diz: “Deus é um em essência e três em pessoa”. Essa proposição
não acarreta contradição nenhuma. Para haver uma contradição nós precisamos
afirmar que “A é não-A”. Em nosso caso, isso se traduz assim: “Deus é um em
essência e três em essência”, ou “Deus é um em pessoa e três em pessoa”. Afirmar
que Deus é um e três (não um) ao mesmo tempo e no mesmo sentido é
autocontraditório. Porém, nossa formulação da doutrina diz que Deus é um em um
sentido e três em um outro diferente: “Deus é um em essência e três em pessoa”.
Além disso, embora cada uma das três pessoas participe na Divindade única, a
doutrina não se torna um triteísmo visto que ainda há um único Deus, não três.
A “essência” na formulação acima se refere aos atributos divinos, ou à própria
definição de Deus, de forma que todas as três pessoas da Divindade preenchem
completamente a definição de deidade. Mas isso não faz supor um triteísmo, pois a
própria definição de deidade inclui o atributo ontológico da Trindade, de modo que
cada membro não é um Deus independente. O Pai, o Filho e o Espírito são “pessoas”
distintas porque representam três centros de consciência dentro da Divindade. Logo,
embora todos os três participem completamente da essência divina de modo a fazê-los
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um só Deus, esses três centros de consciência resultam em três pessoas dentro dessa
Divindade única.
De modo similar, a formulação doutrinária da pessoalidade e encarnação de Cristo diz
que ele é um num sentido e dois num outro diferente. Ou seja, ele é um em pessoa,
mas dois em naturezas.
Para esclarecer essa formulação doutrinária, nós precisamos definir os termos e
relacioná-los à formulação doutrinária da Trindade. O modo com que o termo
“natureza” é usado na formulação doutrinária da encarnação é similar ao com que
“essência” o é na da Trindade. Eles se referem à definição de algo, e a definição de
algo, por seu turno, muda de acordo com os atributos ou propriedades dele.
Pessoalidade é novamente definido pela consciência ou intelecto. Ora, a definição de
Deus inclui o atributo ontológico da Trindade e, por conseguinte, existe um só Deus,
embora haja três pessoas divinas que compartilham completa e igualmente os mesmo
atributos que definem a deidade.
Na encarnação, Deus Filho tomou sobre si a natureza humana; isto é, ele acrescentou
à sua pessoa o conjunto dos atributos que definem o homem. Ele fez isso sem misturar
as duas naturezas, de maneira que ambos os atributos permaneceram independentes.
Assim, sua natureza divina não foi diminuída pela humana, e essa não foi deificada
por aquela. Essa formulação também protege a imutabilidade de Deus Filho, uma vez
que a natureza humana não modifica em nada a sua outra divina.
A objeção de que os atributos divino e humano necessariamente se contradizem
quando possuídos por uma mesma pessoa erra em não levar em conta que os dois são
independentes em Deus Filho. Por exemplo, Cristo não era onisciente segundo seus
atributos humanos, mas o era em relação aos divinos, e isso é verdade ainda hoje.
Esses não deificaram seus atributos humanos.
Essa formulação doutrinária da encarnação é imune à acusação de contradição, visto
não afirmarmos que Cristo é um e dois ao mesmo tempo e no mesmo sentido. O que
asseveramos é que Cristo é uma pessoa com dois conjuntos de atributos. Visto que
essa formulação gera uma contradição lógica, ela se prova verdadeira se pudermos
demonstrar que Cristo é tanto Deus quanto homem através de exegese bíblica.
Consideraremos primeiro várias passagens que indicam a DEIDADE de Cristo. No
início de seu Evangelho, o apóstolo João refere-se a Jesus Cristo como o logos , ou a
Palavra :
“No princípio era aquele que é a Palavra. Ele estava com Deus, e era Deus. Ele
estava com Deus no princípio. Todas as coisas foram feitas por intermédio
dele; sem ele, nada do que existe teria sido feito.” (João 1.1-3)
O versículo 1 começa afirmando a pré-existência de Cristo, dizendo que ele existira
antes do evento da criação. O próprio Cristo confessou sua pré-existência em João 8,
dizendo, “Eu lhes afirmo que antes de Abraão nascer, Eu Sou” (v. 58) A palavra Deus
(grego: theos) nesse verso se refere ao Pai, e “a Palavra estava com Deus” indica que
Cristo não é idêntico ao Pai em termos de sua pessoalidade. Contudo, ele não é menos
que Deus em termos de seus atributos, pois o verso continua a dizer, “a Palavra era
Deus.” Essa é uma indicação explícita da atribuição de deidade a Jesus Cristo. As
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palavras, “Ele estava com Deus no princípio”, no verso 2, novamente afirmam sua
pré-existência e o fato de que ele é distinguível do Pai.
O verso 3 fala de Cristo como o agente da criação, dizendo, ‘Todas as coisas foram
feitas por intermédio dele; sem ele, nada do que existe teria sido feito”. Isso concorda
com a cristologia de Paulo, que escreveu em Colossenses 1.16, “Pois nele foram
criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis,sejam tronos ou
soberanias, poderes ou autoridades;todas as coisas foram criadas por ele e para ele”.
Cristo não somente é o criador do universo, mas presentemente está sustentando
própria existência desse. Paulo diz que “nele tudo subsiste” (v. 17). Foi através dele
que Deus “fez o universo” e é também Cristo que “sustenta todas as coisas por sua
palavra poderosa” (Hebreus 1. 2,3).
Colossenses 2.9 diz, “Pois em Cristo habita corporalmente toda a plenitude da
divindade”. Tito 2.13 diz, “aguardamos a bendita esperança: a gloriosa manifestação
de nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo”. Em Hebreus 1.3 lemos, “O Filho é o
resplendor da glória de Deus e a expressão exata do seu ser”. Hebreus 1.8 faz uma
aplicação messiânica do Salmo 45.6-7, quando Deus diz a Cristo: “O teu trono, ó
Deus, subsiste para todo o sempre; cetro de eqüidade é o cetro do teu Reino”. Assim,
Deus Pai mesmo declara que Jesus é Deus, e diz que seu domínio é “para todo o
sempre”. Finalmente, Paulo escreve em Filipenses 2.6 que Cristo, “embora existindo
na forma de Deus,” tomou sobre si atributos humanos.
Veremos agora algumas passagens que indicam a HUMANIDADE de Cristo. Após
afirmar fortemente a deidade de Cristo, o apóstolo João escreve em seu Evangelho:
“A Palavra tornou-se carne e viveu entre nós” (João 1.14). Hebreus 2.14 diz,
“Portanto, visto que os filhos são pessoas de carne e sangue, ele também participou
dessa condição humana, para que, por sua morte, derrotasse aquele que tem o poder
da morte...”. Paulo é muito explícito a respeito da humanidade de Cristo quando
escreve em 1 Timóteo 2.5: “Pois há um só Deus e um só mediador entre Deus e os
homens: o homem Cristo Jesus”.
Várias passagens na Bíblia indicam que, em sua natureza humana, Jesus tinha
verdadeiras limitações. Por exemplo, ele esteve “cansado da viagem” em João 4.6,
faminto em Mateus 21.18 e sedento em João 19.28. E o mais significativo, “ele sofreu
a morte” (Hebreus 2.9) para comprar a salvação para os seus eleitos.
Algumas passagens na Bíblia afirmam ou fazem supor tanto a divindade quanto a
humanidade de Cristo. Por exemplo, João 5.18 diz que os judeus procuravam matar a
Jesus porque ele “estava dizendo que Deus era seu próprio Pai, igualando-se a Deus”.
Eles o viram como um homem, mas ele reivindicava ser Deus. João 8.56-59 descreve
outro conflito semelhante a esse:
‘Abraão, pai de vocês, regozijou-se porque veria o meu dia; ele o viu e
alegrou-se'. Disseram-lhe os judeus: ‘Você ainda não tem cinqüenta anos, e
viu Abraão?'. Respondeu Jesus: ‘Eu lhes afirmo que antes de Abraão nascer,
Eu Sou!'. Então eles apanharam pedras para apedrejá-lo, mas Jesus escondeuse
e saiu do templo.
As pessoas reconheceram que em sua vida humana, Jesus não tinha ainda cinqüenta
anos de idade e afirmava conhecer pessoalmente a Abraão. Aqueles que o ouviram
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não contestaram sua humanidade, mas entenderam que suas palavras continham uma
reivindicação de divindade.
Mateus 22.41-45 também afirma que Jesus é tanto Deus quanto homem:
Estando os fariseus reunidos, Jesus lhes perguntou: “O que vocês pensam a
respeito do Cristo? De quem ele é filho?”. “É filho de Davi”, responderam
eles. Ele lhes disse: “Então, como é que Davi, falando pelo Espírito, o chama
‘Senhor'? Pois ele afirma: ‘O Senhor disse ao meu Senhor: Senta-te à minha
direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo de teus pés'. Se, pois, Davi o
chama ‘Senhor', como pode ser ele seu filho?”.
Os fariseus reconheceram que o Cristo seria o filho de Davi, e tal, seria humano.
Contudo, enquanto estava “falando pelo Espírito”, de modo que não poderia estar
errado, Davi chamou-o de “Senhor”, como uma designação de deidade. Portanto, o
Cristo seria tanto o descendente humano e quanto o divino Senhor de Davi –seria
Deus e homem ao mesmo tempo.

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