O ARGUMENTO TRANSCENDENTAL

O ARGUMENTO TRANSCENDENTAL,

algumas vezes chamado de argumento
abdutivo, parte de um conhecido ou reconhecido Y para uma necessária precondição X.
Ou, como Robert Stern explica:
Como correntemente apresentado, diz-se habitualmente serem os argumentos
transcendentais distintos ao envolverem um certo tipo de afirmação, a saber, que
“para Y ser possível, X deve ser a questão”, onde Y é algum fato indisputável a
respeito de nós e de nossa vida mental (e.g. que temos experiências, usamos
linguagem, fazemos certos julgamentos, temos certos conceitos, desempenhamos
certas ações etc.), mas exatamente o que é substituído por X, é onde está aberto a
debate nesse estágio. 29
Um aspecto do sistema bíblico de apologética envolve discutir que dado qualquer Y, a
pré-condição necessária (X) é a cosmovisão bíblica inteira. Por exemplo, entre outras
coisas, a ciência assume a uniformidade da natureza (Y), mas isso exige a cosmovisão
bíblica (X); 30 portanto, a cosmovisão bíblica é uma pressuposição necessária que torna
possível a ciência. A implicação é que a ciência nunca pode desaprovar a Escritura, ou
mesmo argumentar contra ela.
O ensino bíblico gera um tipo particular de argumento transcendental 31 que é
irrefutável, visto que no processo de argumentação ele mostra que a cosmovisão bíblica
(X) é aplicável para todos e quaisquer Y. Tudo o que é substituído por Y no contexto de
debate, a cosmovisão bíblica (X) é sua pré-condição necessária. Isso é verdade mesmo
no que diz respeito aos argumentos contra o cristianismo — sem a cosmovisão bíblica
como a pressuposição, nenhuma objeção contra ele sequer é inteligível. 32 Porém, uma
vez que a Bíblia inteira já esteja reconhecida como verdadeira, nenhuma objeção contra
ela pode ser verdadeira.
Isso é um argumento indireto positivo a favor da cosmovisão bíblica. Uma estratégia
bíblica de apologética deve empregar ambos os argumentos diretos e indiretos. 33 O que
segue, então, é um argumento direto positivo em favor da fé cristã, ao qual chamo de

O ARGUMENTO DOGMÁTICO.

A palavra “dogmática” tem algumas conotações mui desfavoráveis na fala coloquial.
Um dicionário define “dogmatismo” como “segurança na afirmação de opinião,
especialmente quando injustificável ou arrogante; um ponto de vista ou sistema de
idéias baseado em premissas insuficientemente examinadas”, e um “dogma” é “um
ponto de vista ou doutrina posto como acreditado sem fundamentos adequados”. 35
Ainda que isso reflita o uso comum, não é o que significa para nós.
“Dogmático” pode simplesmente querer dizer “doutrinário” 36 ou “baseado em
princípios apriorísticos, não em indução”. 37 Ambas as definições são aplicáveis em
nosso contexto. Os sinônimos de tal palavra incluem, “ditatorial, autoritário,
imperioso”, e noutro sentido, “dedutivo, a priori, dedutível, derivável, e provado”. 38 O
todo da Escritura cristã é uma revelação de Deus. E visto que Deus fala com autoridade
absoluta e “ditatorial”, 39 sua revelação verbal forma a pré-condição de tudo da vida e
do pensamento, e qualquer conhecimento somente vem de deduções válidas disso.
Em God and Reason, Ed. L. Miller explica muito bem a posição filosófica do
dogmatismo:
Uma das características da tradição judaico-cristã é sua crença em uma divina
auto-revelação: Deus intervém na história humana e fala; ele desvenda a si
mesmo em uma “revelação especial”. E o conhecimento de Deus extraído de sua
revelação é um exemplo de teologia revelada. Tal teologia é algumas vezes
chamada de “dogmática” (no melhor sentido da palavra) ou “confessional”,
porque busca elucidar os artigos de fé (dogmas) divinamente concedidos, que
toma como seus dados fundamentais e inegociáveis. O teólogo dogmático não é
diferente do matemático, pois começa com certas suposições, ainda que em tal
caso suposições reveladas; o sistema é limitado pela revelação, é completo e é
oferecido como um package deal [grupo de coisas juntamente agrupadas, e que
devem ser reunidas sempre dessa forma]. 40
O sistema cristão admite a infalibilidade bíblica, ou a pressuposição de que “a Bíblia é a
palavra de Deus”, como seu primeiro princípio auto-autenticador. Por auto-autenticador,
não quero dizer que a Bíblia verifica-se em nossa experiência (ainda que tal ocorra),
visto que se fosse por nossa experiência que ela prova ser verdadeira, não seria autoautenticadora.
Nem estou me referindo ao testemunho interno do Espírito Santo da
veracidade bíblica, ainda que tal se suceda naqueles escolhidos de Deus para a salvação.
Antes, quero dizer que o conteúdo da Bíblia verifica-se por si mesmo; não precisa
apelar a quaisquer premissas externas para si.
Desse primeiro princípio de infalibilidade bíblica, o restante do sistema segue por
necessidade mediante deduções válidas. Visto que o primeiro princípio verifica-se por si
mesmo como sendo verdadeiro, quaisquer pressuposições validamente deduzidas dele
são também verdadeiras. Visto que a revelação bíblica condena todos os outros sistemas
de pensamento, e tudo o que ela diz é verdadeiro, a fé cristã é, pois, o único sistema
verdadeiro de pensamento, pelo qual toda proposição é avaliada e tornada inteligível.

O método é similar ao racionalismo. Ainda que seu uso tenaz da dedução seja
recomendável, o racionalismo não-cristão falha porque seus princípios são arbitrários e
injustificados. Por outro lado, a Bíblia traz o conteúdo para justificar a si própria como o
infalível princípio da fé cristã. Mas dogmatismo talvez seja o melhor nome, 41 visto que
traz a idéia de que a cosmovisão bíblica consiste de, nas palavras de Miller, suposições
reveladas completas oferecidas de modo tal que todas têm de estar reunidas da mesma
forma [‘package deal’].
Todos têm uma cosmovisão — uma rede de proposições inter-relacionadas, a soma das
quais compõe “uma concepção ou apreensão completa do mundo”. 42 Há um ponto de
partida ou princípio primeiro a toda cosmovisão do qual o resto do sistema é derivado.
Não é possível para uma cosmovisão ser uma teia de proposições que dependam de uma
outra sem um princípio primeiro, visto que mesmo uma tal concepção de uma
cosmovisão requer uma justificação epistemológica. Há ainda algumas crenças que são
mais centrais à rede, a quebra da qual destrói as pressuposições mais distantes do centro.
Até as mais centrais alegações requerem justificação, e uma cosmovisão na qual as
pressuposições dependam de uma outra de uma maneira que falte um princípio primeiro
ou autoridade definitiva é exposto como não tendo justificação em absoluto.
Logo, toda cosmovisão exige um princípio primeiro ou autoridade definitiva. Sendo
primeiro ou definitivo, um tal princípio não pode ser justificado por qualquer autoridade
anterior ou maior; de outra forma, não seria o primeiro ou definitivo. O princípio
primeiro deve então possuir o conteúdo para justificar a si próprio. Por exemplo, a
proposição “todo conhecimento vem da experiência sensorial”, falha em ser o princípio
primeiro no qual uma cosmovisão possa ser construída, visto que se todo conhecimento
vem da experiência sensorial, esse princípio proposto deve também ser conhecido
somente pela experiência sensorial, mas antes de fornecer o princípio, a confiabilidade
da experiência sensorial não estava ainda estabelecida. Desse modo, o princípio resulta
em um círculo vicioso, e se auto-destrói. Não importa o que possa ser validamente
deduzido de um tal princípio — se o sistema não pode sequer se iniciar, o que se segue
do princípio não pode ser aceito.
Uma cosmovisão que comece com uma contradição é impossível, e deve ser rejeitada.
Isso porque contradições são ininteligíveis e sem significado. A lei de contradição 43
afirma que “A não é não-A”, ou que algo não pode ser verdadeiro e não verdadeiro ao
mesmo tempo e no mesmo sentido. Uma negação dessa lei deve a si mesma empregá-la
para ter significado. Se a verdade pode ser contraditória, então a verdade não pode ser
contraditória, cães são gatos, elefantes são ratos, e “veja Jean correr” quer dizer “eu sou
casado”. Se não é verdadeiro que “A não é não-A”, nada é inteligível.
Visto que nenhum legítimo princípio primeiro pode contradizer a si mesmo, o ceticismo
epistemológico, sendo contraditório, deve ser rejeitado. Um cético filosófico sustenta
que “nenhum conhecimento é possível... ou que não há evidência suficiente ou
adequada para se dizer que qualquer conhecimento seja possível”. 44 Ou ele declara
saber que nada pode ser conhecido, ou que há inadequada evidência para se saber
qualquer coisa. Ambas as opções declaram e negam o conhecimento absoluto ao mesmo
tempo, e, por conseguinte, são autocontraditórias.
Princípios primeiros autocontraditórios são insustentáveis, e o ceticismo é
autocontraditório. Isso significa que um princípio primeiro adequado deve garantir a
possibilidade de conhecimento. Além disso, tal princípio deve fornecer uma quantia
adequada de conhecimento, e não meramente tornar possível o conhecimento. Mesmo
se “meu nome é Vincent” for uma afirmação verdadeira, não me dá isso qualquer
informação sobre a origem do universo, ou que roubar seja imoral. Sequer define
moralidade. Mas como sei que a proposição é verdadeira em primeiro lugar? Ela não
tem uma epistemologia completa e que justifique a si mesma em seu conteúdo. Um
princípio que falhe ao fornecer informação concernente a categorias necessárias de
pensamento tais como epistemologia, metafísica e ética é, portanto, inadequado.
Um princípio primeiro não pode ser baseado em indução, a qual raciocina dos particular
para o universal. 45 Quantidade alguma de investigação empírica pode me dizer, por
exemplo, que “cada ser humano tem um cérebro”. Para estabelecer uma proposição
geral como essa, devo examinar cada ser humano. E ao examinar seres humanos em
uma parte do mundo, devo de alguma forma garantir que a natureza do homem não
tenha mudado naquelas partes do mundo cujos seres humanos já tenha estudado. Se
pretendo aplicar a afirmação a todos os seres humanos no passado e no futuro, devo
também examinar todos os seres humanos no passado e no futuro. Visto ser tal
impossível, o raciocínio indutivo e os métodos empíricos não podem justificar a
proposição.
Baseando-se nos métodos empíricos, seria impossível definir um ser humano no
primeiro lugar, visto que tal conceito é também um universal. Problemas similares são
inerentes ao estabelecer uma proposição como “todos os homens são mortais”. Alguns
procuram salvar a indução dizendo que, ainda que não se possa conclusivamente
estabelecer qualquer proposição, pelo menos pode estabelecer uma alegação como
provável. Entretanto, se probabilidade é “a razão do número de resultados num conjunto
exaustivo de resultados igualmente prováveis que produzem um dado evento pelo
número total de resultados possíveis”, 46 mesmo que admitamos que métodos empíricos
possam descobrir o numerador da fração — ainda que eu negue mesmo isso ao
empirismo —, determinar o denominador requer conhecimento de um universal, e
onisciência é exigida para estabelecê-lo em muitos casos. Visto que métodos empíricos
não podem conhecer universais, dizer que pode isso chegar ao conhecimento provável é
contra-senso.
A indução é sempre uma falácia formal, e um sistema baseado em um princípio
empírico não pode lograr sucesso. A dedução, por outro lado, produz conclusões que
estão garantidas serem verdadeiras se também o forem as premissas, e se o processo de
raciocínio for válido. O racionalismo emprega a dedução, e como tal é superior aos
métodos empíricos. Os sistemas racionalísticos parecem ser menos populares, mas
assinalaremos algumas de suas dificuldades antes de continuarmos.
O racionalismo seleciona um princípio primeiro e dele deduz o resto do sistema, de
maneira mui semelhante à de alguém que começa com um ou mais axiomas em
geometria. Se o princípio primeiro é verdadeiro, e o processo de raciocínio dedutivo é
válido, as proposições subsidiárias, ou teoremas, seriam todos verdadeiros por
necessidade. O problema com o racionalismo não-revelacional é como alguém pode
selecionar um princípio primeiro. 47 Ora, se o axioma selecionado é autocontraditório,
então, naturalmente, é rejeitado. Mas supondo que um princípio não-contraditório seja
selecionado, ele ainda deve justificar a si próprio.
Somente o princípio primeiro cristão é auto-justificador, mas, mesmo se assumimos que
vários princípios auto-consistentes e auto-justificadores existam, devem eles ser
extensos o bastante para transmitir conhecimento possível. Assim, postular “meu nome
é Vincent” como princípio primeiro em uma cosmovisão dedutiva resultaria no fracasso
mencionado anteriormente. Finalmente, há várias escolas de sistemas racionalistas, e
seus pontos de partida são diferentes e incompatíveis. Qual é o correto? Uma
cosmovisão racionalista com um princípio primeiro arbitrário não pode lograr êxito.
Ainda que o resultado não seja nada melhor, o método em si ainda é superior ao
procedimento indutivo.
Nesse ponto, todos os sistemas não-cristãos já fracassaram, incluindo a alegada
revelação do Islã. 48 Não podem satisfazer a todos os requerimentos assim longamente
listados. Contudo, por motivo de completitude, devemos também mencionar que as
proposições dentro de uma cosmovisão não podem contradizer uma a outra. Um
princípio primeiro não deve produzir uma proposição em política que contradiga outra
proposição em ética. Creio que não há necessidade alguma de citar de novo o problema
com as contradições.
A atual estratégia apologética começa com o reconhecimento de que o cristianismo é o
único sistema dedutivo com um princípio primeiro auto-consistente e auto-justificador
revelado por um ser onisciente todo-poderoso. O princípio é amplo o bastante para
fornecer um número adequado de proposições suficientes para construir uma
cosmovisão completa que não ocasiona auto-contradição nenhuma. Portanto, a
cosmovisão bíblica é a pré-condição de inteligibilidade, conhecimento e verdade. Todos
os outros sistemas de pensamento não podem tornar possível o conhecimento e, desse
modo, descambam para o ceticismo filosófico. Mas visto que o ceticismo é autocontraditório,
não se pode permanecer em uma tal posição, e o cristianismo é o único
caminho para fora do abismo epistemológico. 49
O que os argumentos clássicos em prol da existência de Deus não fazem é fornecer
prova positiva de toda a cosmovisão bíblica. Cada um somente se põe a favor da
veracidade de várias proposições bíblicas, tais como Deus como o criador, como o
projetista, ou como o doador das leis morais. Não obstante, o argumento dogmático
simultaneamente prova todas as proposições bíblicas e todas as suas implicações
lógicas. Se a Bíblia inteira é verdadeira, então naturalmente o Deus bíblico existe, e
qualquer outro conceito sobre ele está automaticamente excluído.
Um defeito objetivo mais sério dos argumentos teístas clássicos é sua dependência da
ciência e do empirismo50. Se a ciência e o empirismo são fatalmente defeituosos como
meios para se descobrir a natureza da realidade, qualquer argumento que se fie neles
falha antes mesmo de começar, ainda que no caso dos argumentos teístas, pareçamos
chegar à conclusão apropriada. Ou seja, a ciência pode afirmar a existência de Deus,
mas rejeito a confiabilidade dela mesmo que eu também afirme isso.
Contudo, os argumentos teístas permanecem úteis como tipo de argumentos ad
hominem, 51 onde alguém emprega premissas assumidas por um incrédulo, e a partir
delas raciocina, ou rumo a conclusões absurdas, demonstrando assim a falsidade as
premissas do incrédulo, ou concluindo favoravelmente ao crente, como no caso da
existência de Deus52. Os argumentos teístas são capazes de mostrar a superioridade
racional e a exclusividade da fé cristã mesmo quando se assume a falsa premissa que
métodos científicos e empíricos sejam confiáveis, ou possam descobrir a verdade53.
Ainda que eles não se apóiem numa fundação infalível, são úteis como parte da
apologética que derrota o incrédulo em seu próprio território. Entretanto, um argumento
infalível a favor do cristianismo, ou por tal matéria qualquer argumento infalível, requer
a infalível revelação de Deus como ponto de partida. 54
Provérbios 26.4,5* ensina dois princípios de argumentação que ajudam a resumir a
estratégia bíblica de apologética:
1. Não respondas ao tolo segundo a sua estultícia, para que também não te faças
semelhante a ele.
2. Responde ao tolo segundo a sua estultícia, para que
ele não seja sábio aos seus
próprios olhos.


O tolo acredita na ciência e no empirismo. 55 Pensa que sua mente finita e sua
metodologia defeituosa podem descobrir a verdade acerca da realidade, que não precisa
de revelação divina alguma, e que pode alcançar o conhecimento através de
investigação autônoma e raciocínio. O versículo 4 alerta ao crente para não argumentar
como o tolo, a fim de evitar tornar-se como ele. Da infalível fundação da revelação
verbal divina, podemos deduzir um infalível e completo sistema de verdade e
conhecimento. Isso é o aspecto positivo da estratégia bíblica de apologética, e consiste
tanto de argumentos diretos quanto indiretos, tanto raciocínio dedutivo quanto abdutivo.
56
Contudo, sem tornar-se como o tolo em nosso pensar, podemos temporariamente
assumir as premissas que ele apóia, meramente por causa do argumento, para dizer
aonde elas levam. 57 Podemos contender que é tolice confiar na ciência como meio para
se descobrir a verdade acerca da realidade, mas então podemos também mostrar que as
descobertas científicas favorecem a fé cristã mais do que qualquer outra cosmovisão, e
ao mesmo tempo impõe prejuízos aos valores e crenças seculares. Podemos formular
argumentos históricos contra nosso oponente, sabendo que seu método de investigação
histórica evita qualquer conhecimento de história em primeiro lugar. 58 Esse é o aspecto
negativo da estratégia bíblica de apologética, e freqüentemente inclui argumentos que
utilizam premissas científicas e empíricas.
Tal estratégia dual de argumentação trabalha contra todos os sistemas de pensamento
não-cristãos, incluindo religiões não-bíblicas. 59 Visto que a Bíblia é verdadeira, e visto
que condena todas as outras religiões, então todas as religiões não-bíblicas são
declaradas como sendo falsas pela mesma infalível autoridade de Deus que declara ser
verdadeira a Bíblia.
Qualquer um que desafie isso deve refutar a Bíblia, naquele ponto
em que o crente pode empregar o argumento dogmático e o argumento transcendental
para defender sua fé e continuar demolindo a posição de seu oponente.
Podemos demonstrar ser a religião de nosso oponente auto-contraditória, e que alguns
dos valores éticos que ela entesoura podem somente ser explicados pela cosmovisão
bíblica. Por exemplo, a ética do budismo carece de qualquer fundamento autorizado; é
arbitrário. E se a religião oposta atesta o método secular de investigação histórica,
podemos então usar suas descobertas para expor os erros históricos de suas doutrinas,
tal como acontece com o Alcorão e o Livro de Mórmon.


Dessa maneira, o apologista cristão habilmente emprega tanto argumentação positiva
quanto negativa para defender sua fé, enquanto confunde e refuta seu oponente. Como
escreve o apóstolo Paulo:
As armas com as quais lutamos não são humanas; ao contrário, são poderosas
em Deus para destruir fortalezas. Destruímos argumentos e toda pretensão que
se levanta contra o conhecimento de Deus, e levamos cativo todo pensamento,
para torná-lo obediente a Cristo. (2 Coríntios 10.4-5).
Pedro aconselha seus leitores: “Estejam sempre preparados para responder a qualquer
pessoa que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês” (1 Pedro 3.15). E Judas
diz: “senti que era necessário escrever-lhes insistindo que batalhassem pela fé de uma
vez por todas confiada aos santos”. É o dever de todo cristão defender sua fé e destruir
as crenças de seus oponentes. A estratégia bíblica elucidada acima, com o argumento
dogmático como seu impulso central, equipa o crente a “destruir argumentos” e “levar
cativo todo pensamento” mesmo quando confrontando os inimigos mais ardilosos e
hostis da fé bíblica.
Como devemos considerar o não-cristão? O Salmo 14.1 declara: “Diz o tolo em seu
coração: ‘Deus não existe’”. Ora, a Bíblia não chamaria de tolo quem rejeita Zeus, Alá
ou Buda por serem falsos deuses, visto cuidar ela apenas do Deus que revela. Portanto,
o insensato do Salmo 14 não é apenas alguém que rejeita qualquer divindade, mas
alguém que rejeita o Deus revelado na Escritura — ou seja, o Deus bíblico ou cristão. E
visto haver somente um Deus cristão, o Salmo 14 não está chamando apenas o ateu de
tolo, mas qualquer um que rejeite o cristianismo, mesmo que possa pertencer a uma
outra religião.
Romanos 1.22-25 confirma isso: “Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos, e trocaram a
glória do Deus imortal por imagens feitas segundo a semelhança do homem mortal, bem
como de pássaros, quadrúpedes e répteis... Trocaram a verdade de Deus pela mentira, e
adoraram e serviram a coisas e seres criados, em lugar do Criador...” Assim, a Bíblia
chama louco a qualquer não-cristão, seja ateu, agnóstico, budista ou muçulmano. O
Salmo 53.2 faz supor que qualquer que não busque a Deus 60 não tem entendimento:
“Do Céu olha Deus para os filhos dos homens, para ver se alguém que entenda, se há
quem busque a Deus”. O versículo 4 diz que os “obreiros da iniqüidade” “não tem
conhecimento” (ERC).
Por outro lado, a Escritura afirma que “o temor do SENHOR é o princípio da sabedoria;
todos os que cumprem os seus preceitos revelam bom senso” (Salmo 111.10).
Provérbios 9.10 diz: “O temor do SENHOR é o princípio da sabedoria, e o
conhecimento do Santo é entendimento”. Visto ser o temor do Senhor o princípio da
sabedoria, e a Bíblia reconhecer somente o Deus bíblico ou cristão, a implicação é que
os não-cristãos nem mesmo começaram a ganhar sabedoria. Não é que eles tenham
somente uma sabedoria pequena, mas que nem mesmo começaram a ter qualquer
sabedoria que seja.
Além disso, a Bíblia diz que é devido à sua “impiedade” que os homens “suprimem a
verdade” (Romanos 1.18) concernente à existência e natureza de Deus “pela injustiça”,


mesmo que lhes tenha sido dada uma revelação inescapável acerca de si mesmo através
do conhecimento inato de suas mentes e das palavras da Escritura. Paulo comenta que
tais indivíduos “não o glorificaram como Deus, nem lhe renderam graças, mas os seus
pensamentos tornaram-se fúteis e o coração insensato deles obscureceu-se. Dizendo-se
sábios, tornaram-se loucos” (Romanos 1.21,22).
Desse modo, a avaliação bíblica de todos os não-cristãos é que são tanto tolos quanto
perversos. Todo não-cristão é moral e intelectualmente defeituoso; é contra as Escrituras
considerar qualquer um deles como inteligente ou moral. Eles demonstram sua falta de
aptidão intelectual ao fracassarem em assentir à fé cristã, e assentir a ela em toda a sua
inteireza. E negando o cristianismo, a despeito do conhecimento inato que Deus coloca
em suas mentes e dos argumentos irrefutáveis da apologética bíblica, demonstram a si
próprios serem não só avestruzes intelectuais, mas também supressores da verdade
acerca de Deus. Isso é imoralidade da pior espécie. Paulo escreve: “A ira de Deus é
revelada dos céus contra toda impiedade e injustiça dos homens que suprimem a
verdade pela injustiça” (Romanos 1.18).
Nós que agora somos cristãos éramos em algum tempo também “separados de Deus e...
inimigos no entendimento” (Colossenses 1.21), mas Deus nos reconciliou consigo
através de Cristo (v. 22). Mas os não-cristãos estão “sem Cristo... sem esperança e sem
Deus no mundo” (Efésios 2.12). Paulo escreve que “o deus desta era cegou o
entendimento dos descrentes, para que não vejam a luz do evangelho” (2 Coríntios 4.4),
e a pregação do evangelho é para “para abrir os olhos e convertê-los das trevas para a
luz, e do poder de Satanás para Deus, a fim de que recebam o perdão dos pecados e
herança entre os que são santificados pela fé” (Atos 26.18).
Ainda que a Bíblia descreva os incrédulos como vivendo em um estado lamentável de
existência, nós que cremos estávamos também em uma tal condição. Se deixados a nós
mesmos, teríamos permanecido em ignorância e trevas. É pela eleição divina e por ouvir
o evangelho que fomos iluminados para a verdade, e levados à fé em Cristo. Portanto,
ao dizer que os incrédulos são néscios, não queremos dizer que aqueles que agora são
cristãos sempre foram sábios e iluminados, mas é apenas pela soberana escolha de Deus
que fomos salvos de um estado de estupidez e futilidade. Não somos cristãos porque
somos sábios, mas fomos feitos sábios porque Deus nos escolheu para sermos cristãos.
Sabendo disso, os cristãos não devem ser arrogantes, mas gratos a Deus por sua
salvação.
Entretanto, a Bíblia caracteriza ainda todos os descrentes como tolos e perversos. Os
cristãos ficam assim obrigados a verem os não cristãos como intelectual e moralmente
inferiores. Alguns podem pensar que isso é uma avaliação excessivamente indelicada.
Isso pode ser verdadeiro do ponto de vista dos incrédulos, mas os cristãos não devem
pensar como eles. Visto que a Bíblia ensina que esses são tolos e perversos, e que ser
cristão é crer em toda a Bíblia, então ser um cristão é também crer que todos os
incrédulos são tolos e perversos. Portanto, sem reservas, devemos dizer com Anselmo:
“Por que então ‘disse o Néscio em seu coração: Não há Deus’... senão porque era
estúpido e tolo?”

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